A prisão dos diagnósticos: reflexões sobre rótulos e cuidado Integrativo

Nos últimos anos, a Dra. Míria de Amorim tem se dedicado a abordar um tema crucial e, muitas vezes, negligenciado: a prisão dos diagnósticos. É importante refletirmos sobre como os rótulos, especialmente em condições como TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e PMD (Perturbação de Humor Disruptiva), podem aprisionar indivíduos, limitando suas vidas e suas potencialidades.

Embora as indicações possam ser ferramentas úteis para a compreensão e tratamento de certas condições, frequentemente se tornam estigmas que definem a identidade de uma pessoa. Em muitas situações, ao receber um diagnóstico, tanto o paciente quanto seus familiares começam a enxergar suas vidas através dessa lente, reduzindo a complexidade do ser humano a um único termo clínico. Isso pode levar a uma série de consequências negativas, incluindo a diminuição da autoestima, a limitação das aspirações e a perpetuação de comportamentos que reforçam o diagnóstico.

Na prática clínica do Instituto BioFAO, o foco é tratar o indivíduo como um todo, considerando suas particularidades e experiências de vida. A abordagem integrativa e holística promovida pela Dra. Míria enfatiza que é fundamental entender a pessoa em sua totalidade, incluindo seus aspectos emocionais, sociais e espirituais. Isso não significa negar a validade dos diagnósticos, mas sim utilizá-los como uma parte do processo de cuidado e não como um rótulo definitivo.

Muitos jovens diagnosticados com TDAH são rotulados como desatentos ou hiperativos, o que pode levar à aplicação de estratégias educativas e comportamentais que não atendem às suas reais necessidades. É fundamental identificar as causas subjacentes desses comportamentos, que podem variar desde questões nutricionais e metabólicas até fatores emocionais e ambientais. Com uma abordagem personalizada, muitos pacientes conseguem melhorar seus sintomas e desenvolver habilidades que lhes permite prosperar, sem se sentirem presos ao diagnóstico.

É importante também ter um olhar atento aos riscos associados a tratamentos exclusivamente medicamentosos. Embora remédios possam ser necessários em alguns casos, não devem ser a única resposta. A dependência de medicações sem um plano abrangente de tratamento pode levar a uma série de efeitos colaterais e à sensação de que o paciente está constantemente tentando corrigir algo inerentemente “errado” em si mesmo. 

A prática no Instituto BioFAO visa a equilibrar o uso de medicamentos com terapias integrativas, incluindo mudanças na alimentação, técnicas de manejo do estresse e terapias corporais, promovendo um tratamento mais equilibrado e sustentável.

A visão da Dra. Míria de Amorim é um convite à reflexão sobre como a sociedade e a medicina tratam os diagnósticos. Em vez de aprisionar os indivíduos em rótulos, devemos procurar entender e apoiar cada pessoa em sua singularidade, promovendo um cuidado que respeite a complexidade da condição humana. A prisão dos diagnósticos, como ela argumenta, pode ser transformada em uma oportunidade de crescimento e autoconhecimento, desde que adotemos uma abordagem compassiva e integrativa na prática clínica.

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