A cura pelo biocampo, com Dra. Míria de Amorim – Entrevista Círculo Escola
“Quando esse nosso campo se desorganiza, cria uma desconexão no indivíduo.”
Em uma parceria com o Círculo, a Dra. Míria de Amorim, médica com 40 anos de experiência e idealizadora da Metodologia Terapêutica dos Fatores de Auto-Organização do Biocampo (BioFAO), do Rio de Janeiro, compartilha uma aula aberta sobre saúde através do biocampo. Nesta aula, que pode ser assistida completa em nosso YouTube, e nessa entrevista em texto, você vai conhecer um olhar integral para a saúde, que contempla o ser humano em todos os seus aspectos e que reuniu ao longo de décadas de estudo conhecimentos ancestrais.
“Eu acredito que o novo tempo terá o amor como base e direção. Vamos criar uma nova forma de estar no mundo, na economia, na medicina e em todas as áreas da ciência. Essa comunhão da ciência com a consciência do que é essa fonte de energia, gera todo o potencial para nossa felicidade”, afirma Dra. Míria sobre o que ela acredita ser o futuro.
CÍRCULO – Como surgiu na sua vida o estudo do biocampo?
Dra. Míria – Quando eu estava no terceiro ano da faculdade de medicina tive a sorte de assistir uma aula em um congresso de estudantes de um professor que havia chegado de Londres falando sobre o potencial das leis de cura da homeopatia, que o campo energético pode se recuperar e que a medicina tinha uma filosofia. Eu fiquei encantada porque havia coerência entre a saúde e doença. Apesar de jovem, eu já tinha muitos problemas de saúde, e busquei o tratamento para mim. Para minha surpresa, fiquei curada.
Comecei a estudar isso em paralelo à faculdade de medicina e fiz formações com grupos. Assim que me formei fui trabalhar com a homeopatia clássica, mas tive problemas, pois com a complexidade de problemas que atuamos hoje, fica muito difícil acertar as fórmulas para muitas pessoas. E então comecei a pensar nessa fonte, nesse campo de energia, que Samuel Hahnemann, criador da homeopatia, chamava de energia vital, e que hoje os físicos chamam de biocampo. Comecei a pensar em como estudar esse campo. Como descobrir as naturezas que poderiam equilibrá-lo totalmente e poder ter resultados para todas as pessoas. Esse foi o pressuposto inicial da metodologia BioFAO, que se propõe a olhar esse campo eletromagnético que está em torno de todo ser vivo, não apenas dos seres humanos.
Esse campo é estudado desde a antiguidade. Hipócrates, o pai da medicina, já estudava a nossa ligação com o campo planetário e universal. Foi um trabalho em que tivemos que buscar informações na antiga alquimia, uma grande costura entre alquimia, medicina ayurveda, física quântica, medicina chinesa, uma visão de muita complexidade, e cada tradição foi acrescentando uma dica, uma proposta, um pedaço da história que fomos compondo, que tem a ver com os sólidos de Platão, a geometria sagrada, a árvore da vida etc…
A metodologia BioFao foi um caminho muito longo em que tivemos que aprender como tecer essa teia da vida. Foram nove anos para chegar aos sete elementos que compõe a metodologia. Nos primeiros anos caminhei sozinha, mas nos últimos 20 anos, tenho companheiros de estrada.
CÍRCULO – O que a organização do biocampo pode fazer pela saúde?
Dra. Míria – Quando esse nosso campo se desorganiza, cria uma desconexão no individuo. É como quando a pessoa sofre traumas e abusos na primeira infância, por exemplo, e fica preso nesses traumas, não faz o processo de individuação como deve ser. Esse campo, que Aristóteles chamava de alma, e hoje chamamos de biocampo, é o nosso campo de vida, de consciência.
Quando sofre traumas, a pessoa pode presa naquela mágoa muitos anos e a doença começa a entrar por conta desse lugar que o indivíduo parou. O campo não flui mais. E hoje a ciência fala que esse campo deve ser biorregulável. Na proposta BioFAO, o médico tem um canal aberto com o paciente, porque ele tem que acompanhar a saúde, pois se a pessoa sofre um impacto e começa a perder energia, o medico está ali para dar o suporte, conectado com essa energia. Essa conexão vai nos dar sentido de vida, propósito de vida. Os físicos falam hoje que esse biocampo, que é incrivelmente inteligente, é dotado de propósito. Muita gente perdeu o sentido da vida atualmente, pois esta desconectada da sua via láctea interior.
Outra propriedade do biocampo que os físicos falam é a autorganização. Todos os trabalhos ao longo desses 40 anos de desenvolvimento da metodologia foi para chegar aos sete fatores da auto-organização, e mais dois campos que representam a energia Yin e a energia Yang.
CÍRCULO – Qual a relação ou diferenças em relação a homeopatia tradicional?
Dra. Míria – Quando falamos de homeopatia, algumas pessoas acham que é algo místico. Mas estamos falando aqui de ciência, de campos eletromagnéticos. Não estamos falando da bioquímica, que é o que a medicina tradicional opera, mas da biofísica, que é para onde a medicina deve caminhar. A bioquímica não está dando conta, porque ela está olhando apenas para o efeito das doenças, quando a questão está na desordem desse campo.
Os centros endócrinos, hoje chamados de centros consensuais de consciência – que as tradições antigas chamam de Chakras – são vórtices de energia e inteligência que, quando apaga, o individuo perde potencial, nervoso, inseguro, perde a força do guerreiro…
Os filósofos hoje dizem que estamos vivendo num mundo de esgotamento. E se o ser humano está esgotado, ele vai acabar esgotando o mundo. Esse é o fluxo que precisa tomar outro caminho. Um ciclo virtuoso e não vicioso. Precisamos olhar e nutrir esse campo. Ao se organizar esse campo, as sincronicidades começam a entrar, alinhadas ao seu coração, trazendo mais coerência entre o pensamento e a emoção. E assim a pessoa vai para essa fonte de luz que está na coluna vertebral, que eu chamo de via láctea interior.
CÍRCULO – O que pode ser tratado ?
Dra. Míria – Quando me perguntam isso respondo que não é um tratamento para doença, é um tratamento para a saúde. Ao recuperar a integralidade desse campo, ele automaticamente vai reequilibrar o corpo físico, as ideias, a criatividade, a inteligência superior, nossas virtudes, o que a gente traz das estrelas. Precisamos acender essas luzes internas que todo ser sabe que tem.
É um processo muito profundo, vem do amor que nós somos. Vamos fazendo um trabalho de subida da consciência, que seria um caminho natural de individuação. E dai a pessoa chega nos centros superiores, até o quarto centro, que é o cardíaco, e começa a sentir amor pelo planeta, pelos demais, e sai do egoísmo, do modo de sobrevivência dos centros inferiores. O individuo deve, nas idades certas, trazer para o mundo o que ele veio fazer. Pode ser um pedacinho das estrelas, mas é o pedacinho dele.
CÍRCULO – Qual o resultado da harmozinação do biocampo?
Dra. Míria – Quando a gente ativa e harmoniza o campo, a pessoa se harmoniza com o que os antigos chamavam de alma mundi, que é o campo eletro planetário com o campo galáctico. Parece que você conversa com as estrelas, porque essa energia é inteligente, ela sabe o caminho. Vejo que a questão essencial do ser humano é encontrar o sentido de estar nesse mundo e orientar a sua atividades na direção desse sentido profundo.
Com quatro décadas de experiência trabalhando com essa energia, eu afirmo, todo mundo tem um grande amor dentro de si. Já tratei pessoas com quadros de crueldade absurda, e aquela pessoa se transforma. Na realidade, não temos pessoas más no mundo, temos pessoas doentes.
O que o observo na clinica é que a questão é onde essa pessoa está presa nesse campo. E isso da um alívio muito grande, pois muita gente está taxadas, com diagnósticos eternos, como se não fosse possível mudar de lugar. Mas, nesse sentido, você precisa ter o campo corretamente informado para as energia te liberarem daquele lugar e te liberar para o fluxo da vida. E dai a doença não te acha mais. É uma linguagem muito energética, mas é assim que trabalhamos.
CÍRCULO – Na sua visão, qual o futuro da medicina?
Dra. Míria – A medicina tem que ir para a informação eletromagnética, para a biofísica. O cenário que assistirmos hoje é de uma complexidade tão grande, que vamos precisar de mais velocidade e mais harmonia. Não precisamos lutar, mas harmonizar. A humanidade vai viver sua plenitude quando cada ser, cada expressão dessa vida, estiver cada um no seu lugar. Essa é a mágica que eu acredito que a medicina tem o potencial e tem a missão de fazer acontecer.