O amor como âncora da saúde

Vinha em minha mente hoje a imagem dos tempos atuais como vendavais, maremotos que chegam de forma intensa na vida das populações, na forma de desafios, de vivências contundentes, dramas e guerras que permeiam pessoas, famílias, empresas e países.

Pensava na finalidade destes temporais, e o que estariam instigando na vida das pessoas. Na minha experiência eles parecem ensinar que os nossos corações, como os navios, em algum momento precisam lançar âncoras e encontrar o fundo do mar, sustentado pelo Grande Silêncio, o único esteio de vida, a única possibilidade de resgate e segurança de não sucumbir ao desconhecido que de repente se apresenta como o próximo perigo eminente.

Tudo aquilo que nos acontece parece ser ondas e ondas de vida, que se desmancham no próprio mar, parecendo apenas chamar e gritar por uma presença em nós. Retratam momentos únicos que apenas exigem essa âncora, que representa a emergência de uma consciência que diante de cada medo e de cada dor é capaz de dizer: Eu quero amar, e ser o Amor que eu sou!! Um chamado que o mar da vida acolhe, apaziguando suas ondas,  mostrando em seu espelho d´água a  ilusão que permeia os dilúvios tecidos pelos temores do mundo.

Assim são os mares da vida e as marés de nossa saúde. Os maremotos entram e chamam pelo sujeito, aquele único ser dentro de cada um, capaz de amar e de mudar os rumos dos ventos, de apaziguar as aguas de nossas entranhas e de trazer de novo a ordem da vida que entendemos como saúde.

Recuperar este centro, fortalecer este gestor, esse sujeito capaz de amar e transmutar padrões apenas com sua presença silenciosa, coloca-se como função de uma  terapêutica alinhada aos princípios da vida. E a medicina guarda este potencial, de fortalecer a potência desta gestão consciente pela vida.

Ensinar sobre esta possibilidade única de aprender a deliberar sobre cada escolha que se precisa fazer na vida, para que a saúde possa retornar, entendendo que a saúde brota de padrões amorosos e apaziguados em cada ser, coloca-se como função de uma educação alinhada aos princípios da vida. E uma educação baseada nestes princípios é capaz de vivificar estes caminhos luminosos e apontar para a saída do grande labirinto existencial.


Compartilhar:

Veja Também