Março Lilás e a importância da prevenção no combate ao câncer do colo do útero

O câncer do colo do útero, também conhecido como câncer cervical, é uma das principais preocupações de saúde pública no Brasil e no mundo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), essa neoplasia é a terceira mais incidente entre as mulheres brasileiras, ficando atrás apenas dos cânceres de mama e colorretal. Anualmente, cerca de 16 mil novos casos são diagnosticados no país, e aproximadamente 6 mil mulheres perdem a vida devido à doença. Essa realidade reforça a relevância da campanha Março Lilás, que busca promover a conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce, pilares fundamentais para reduzir a mortalidade associada a essa condição.
O principal agente causador do câncer do colo do útero é o papilomavírus humano (HPV), um vírus transmitido predominantemente por via sexual. Estima-se que cerca de 80% da população sexualmente ativa será exposta ao HPV em algum momento da vida. No entanto, nem todas as infecções pelo vírus evoluem para o câncer, pois a maioria delas é controlada pelo sistema imunológico. Ainda assim, em casos em que a infecção persiste, especialmente pelos subtipos 16 e 18, há um risco significativo de desenvolvimento de lesões precursoras que, se não tratadas, podem progredir para câncer.
Estudos globais têm destacado a eficácia de medidas preventivas, como a vacinação contra o HPV e a realização periódica do exame de Papanicolau, no controle dessa doença. A vacina, incluída no calendário nacional de imunização em 2014, é gratuita e destinada a meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de grupos prioritários, como pessoas imunossuprimidas. Pesquisas demonstram que a vacinação pode reduzir em até 90% a incidência dos subtipos de HPV responsáveis pelo câncer do colo do útero, sendo considerada uma estratégia essencial para o controle da doença.
Apesar da disponibilidade de vacinas e exames, os índices de adesão a essas medidas ainda são insuficientes no Brasil. Dados do Ministério da Saúde indicam que apenas 55% das meninas elegíveis para a vacinação contra o HPV completaram o esquema vacinal em 2023, abaixo da meta de 80% estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No que diz respeito ao exame de Papanicolau, a situação também preocupa: muitas mulheres, especialmente aquelas em regiões mais vulneráveis ou com menor acesso a serviços de saúde, deixam de realizar o rastreamento periódico. Essa negligência contribui para diagnósticos tardios, quando as chances de cura são significativamente menores.
Além disso, é importante destacar as disparidades regionais no enfrentamento do câncer do colo do útero. Enquanto estados das regiões Sul e Sudeste apresentam melhores indicadores de rastreamento e tratamento, as regiões Norte e Nordeste registram as maiores taxas de incidência e mortalidade. Segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer, mulheres indígenas estão entre as mais afetadas, evidenciando como fatores socioeconômicos, culturais e de acesso aos serviços de saúde impactam a prevalência da doença.
O Brasil não está sozinho nesse desafio. Em 2020, a OMS lançou a estratégia global para eliminar o câncer do colo do útero como problema de saúde pública. Para isso, foram estabelecidas metas conhecidas como “90-70-90”, que preveem que, até 2030, 90% das meninas sejam vacinadas contra o HPV, 70% das mulheres realizem pelo menos dois exames de rastreamento durante a vida e 90% das diagnosticadas com lesões precursoras ou câncer recebam tratamento adequado. No entanto, alcançar essas metas requer esforços conjuntos entre governos, sociedade civil e profissionais de saúde.
Casos conhecidos de superação também têm desempenhado um papel importante na conscientização sobre a doença. A cantora americana Marcia Cross, por exemplo, revelou em 2018 que foi diagnosticada com câncer anal, também relacionado ao HPV, e usou sua visibilidade para alertar sobre a importância da vacinação e do rastreamento regular. No Brasil, influenciadoras digitais e ativistas têm se unido para ampliar o alcance das mensagens da campanha Março Lilás, destacando histórias reais de mulheres que enfrentaram a doença e ressaltando a importância da prevenção.
O Março Lilás não é apenas uma campanha de conscientização, mas um convite à ação. A prevenção não deve ser vista como uma responsabilidade exclusiva do indivíduo, mas como um compromisso coletivo que envolve governos, sistemas de saúde e comunidades. Investir em educação e ampliar o acesso a vacinas e exames preventivos são passos fundamentais para transformar a realidade do câncer do colo do útero no Brasil.
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