Nasce a ideia de uma Comunidade de Terapeutas

Maristela Barenco

Em um tempo fortemente influenciado por marcadores como sucesso pessoal, desempenho, competição e individualismo… estamos esquecendo a força histórica, existencial e curativa da viver coletivo. A Comunidade constitui uma das categorias que vêm sendo invisibilizadas, mas que é central quando pensamos em processos de mudanças e transformações.

Acostumamo-nos a acreditar que adoecemos sozinhos e que a cura e  a regeneração, também, são processos pessoais e particulares. No entanto, adoecemos no conjunto de relações complexas em que vivemos. Em uma cultura que estimula o fast food, e que aborda a saúde na visão da performance e da estética; que trata a produção de alimentos como commodities e que envenena o solo, o ar e a água, que são nossas fontes de vida; em uma cultura que estimula a estética, mas que não favorece o autêntico cuidado de si, cuidado psíquico e espiritual; em uma cultura que estimula a produtividade e o desempenho em larga escala e não propaga a importância do descanso e do relaxamento; em uma cultura que propaga uma espécie de programa, no mais recôndito de nós, de que precisamos ganhar dinheiro a todo custo; em uma cultura que investe em polarizações, em divisões, em conflitos sociais, que culminam em guerras insanas… Nesse modelo de cultura não é possível mais se compreender a força terapêutica da Comunidade.

Mas não nos iludamos. Se adoecemos em relações, não nos curaremos individualmente, por mais que o modelo do cuidado médico e terapêutico seja o consultório. Regeneramo-nos, buscando outros padrões familiares, sociais, profissionais. Já se sabe há muito tempo, em medicina de família, que o tratamento começa onde as pessoas vivem, porque a cura é parte de um processo dialogal e responsivo.

Então, podemos afirmar: a Comunidade é uma categoria terapêutica fundamental, porque toda cura acontece no meio… das relações, processos, profissões. A Comunidade é, pois, uma força sistêmica, uma ambiência, uma egrégora onde podemos sempre recomeçar. Na Comunidade há a alquimia, o terceiro elemento que favorece a vida, o impulso necessário à transformação, os afetos e os amores.

O modelo da Metodologia BioFAO vêm dessa forma comunitária, já na própria forma dos médicos trabalharem e interagirem, não importando proximidade geográfica. Através de um grupo de WhatsApp, predominantemente, mas também de Cursos de Reciclagem, de Formação Continuada e de Jornadas, os médicos e médicas BioFAO se conhecem, apoiam-se diariamente em estudos de caso e troca de experiências, independente da especialidade. Essa prática profissional e profundamente afetiva já faz toda a diferença no ethos (disposição) do médico/médica e de seu modo de estar no mundo.

Outro fator importante na metodologia é que o paciente não está submetido ao ritmo/protocolo de atendimento dos planos de saúde. Isso confere autonomia ao médico/médica para realizar uma consulta humana, com escuta qualificada, e mais: os pacientes não pagam o valor por uma consulta, mas por um acompanhamento. Eles têm acesso aos médicos entre as consultas.  Esses aspectos já desenham os contornos de outra forma de praticar a Medicina, que é verdadeiramente ancestral entre as formas de cuidar.

No entanto, reconhecemos que uma medicina da consciência, integrativa, complementar, que compreende o psíquico como fator preponderante da realidade energética, há que se aprofundar formas de cuidar em Comunidade. Como conhecer uma pessoa, descontextualizando-a? Um paciente que é acompanhado em seus processos da consciência, que tem a possibilidade de sentir se seus desconfortos são a atualização das leis de cura (previstas na homeopatia clássica) ou antidotação do campo vital, pelo uso de substâncias incompatíveis ao Archeus, efetiva e fideliza o processo, o tratamento e a medicina BioFAO. O consultório médico não consegue dar conta de toda a complexidade do processo.

Estamos ingressando em uma fase planetária que precisamos efetivas e fidelizar processos de cura, tanto em relação à mudança de patamar da consciência das pessoas, tanto em relação da ampliação e crescimento dessa Medicina.

Por isso criamos a Comunidade dos Terapeutas BioFAO. São profissionais do Cuidado e especialistas no ser humano integrado, desde psicólogos, terapeutas energéticos, fisioterapeutas, dentistas, profissionais que não poderão prescrever, já que para fazê-lo precisariam de um registro no Conselho Regional de Medicina, mas que poderão acompanhar processos de regeneração e cura, fortalecer processos de expansão e cura da consciência, além de zelar pela manutenção do tratamento de forma segura, já que muitas vezes vamos em busca de tratamentos e esbarramos com substâncias que antidotam o mesmo, como a menta (em consultórios odontológicos), a cânfora (em profissionais que realizam massagens).

Esses profissionais terapeutas têm nos chegado através de um Curso, de 60 horas, ministrado pela Dra. Míria de Amorim e pela Professora Dra. Maristela Barenco Corrêa de Mello. Após essa formação, a Comunidade tem a oportunidade de se encontrar em uma live mensal, e ter seu nome e consultório registrado no site do Instituto BioFAO. Um dos pontos fortes é saber que o site conta com uma médica de 6 mil acessos mensais, e com a busca da medicina por 20 mil novos pacientes/ano.

Nesse horizonte, médicos e médicas poderão indicar terapeutas; terapeutas poderão indicar a BioFAO para seus pacientes, indicando médicos e médicas; e pacientes poderão ser comunicadores e facilitadores dessa Rede que se inicia.

O que sabemos e buscamos é criarmos novas Redes, no influxo dessas que atravessam o mundo, e às vezes geram mais desequilíbrio do que organização e auto-organização. O futuro de uma Comunidade de Cooperação Mútua entre médicos-médicas e terapeutas, ainda não sabemos. É potência, que pode ser efetivada por nós. Que tal divulgar e embarcar nessa ideia-projeto?

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